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Seminário Nacional 2021 do FMCJS chega ao 3º dia debatendo prioridades

Avaliar a caminhada e projetar prioridades foi o centro da pauta no terceiro dia do Seminário Nacional 2021 do Fórum Nacional de Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental (FMCJS), na manhã desta quinta-feira (25).  Após a mística de acolhida, o mediador Joilson Costa, da Frente por uma Nova Política Energética para o Brasil e membro do grupo executivo do FMCJS, abriu o encontro virtual fazendo a memória do dia anterior (saiba mais sobre o segundo dia do seminário).

Ivo Poletto, do grupo executivo do Fórum, fez uma breve apresentação do novo projeto trienal, iniciado em agosto último e que segue até julho de 2024, pontuando os principais objetivos e indicadores. Ele também resgatou alguns dos desafios apontados no segundo dia, ressaltando que não se tem que conviver com as mudanças climáticas, mas sim com os biomas e superar essas mudanças, e anunciou uma parceria com a pesquisadora Luciana Gatti, coordenadora do Laboratório de Gases de Efeito Estufa do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (LaGEE – INPE), para produção de uma nova cartilha com atualização de dados do Brasil sobre mudanças do clima.

Na sequência, Joilson e a mediadora Miriam Prochnow, da Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi), explicaram a dinâmica para os grupos de trabalho (GTs). Organizados em diferentes salas virtuais, os participantes dos GTs debateram, avaliaram e apresentaram propostas para responder três questões, visando às ações para 2022: 1) o que se aprendeu com as práticas nacionais, regionais e biomas, e como aprofundar as frentes prioritárias implementadas pelo Fórum; 2) se o FMCJS deve assumir novas prioridades para o próximo ano e quais seriam; 3) quais as temáticas que devem ser aprofundadas no processo de formação continuada e multiplicadora. Após o debate, os coordenadores e relatores dos GTs socializaram com o conjunto dos participantes o que foi discutido e sistematizado nos grupos.

Sobre a primeira questão, os participantes apontaram, entre outros, a importância de desmistificar e desconstruir os discursos sobre energias renováveis, garantindo uma transição energética justa, popular e inclusiva; a relevância de unificar recursos disponíveis nas ações prioritárias; ampliar a utilização de materiais informativos já produzidos; fortalecer a governança e a comunicação por meio de parcerias com mídias populares e alternativas. Quanto à segunda, foi apontado o embate às monoculturas; pautar a moratória do desmatamento no enfrentamento às mudanças climáticas e às violações de direitos; participação na Cúpula dos Povos Rio + 30 e no Fórum Social Pan-Amazônico (FOSPA) em 2022; realizar processos formativos de educação popular nas bases para abordar os grandes temas do Fórum; articulação de organizações membras e grupos de base para incidência nos parlamentos; luta contra retrocessos em relação à mudança climática no processo eleitoral do próximo ano.

E sobre a terceira questão, o debate sobre racismo ambiental; a abordagem das energias renováveis sob perspectiva de uma nova política energética; soberania alimentar e energética; discutir modelo de desenvolvimento, refletindo se crescimento e decrescimento são possíveis sem violar a Mãe Terra; fortalecer o debate sobre os direitos da natureza, com perspectiva de gênero e antirracista; microcrédito para fortalecimento de quintais produtivos; descentralização da oferta de energia e água para as populações nos biomas.

Os comentários sobre as avaliações e propostas apresentadas foram compartilhados em plenária realizada na sequência da atividade.

Marcando o encerramento do terceiro dia, Iremar Ferreira cantou a música “Riacho do Navio”, de Luiz Gonzaga, canção que celebra o Rio São Francisco.

No quarto e último dia do seminário, nesta sexta-feira (26), estão sendo debatidos os caminhos para 2022, com a apresentação e aprovação de prioridades para o próximo ano, a definição das temáticas para formação continuada e multiplicadora, e ainda a divulgação da mensagem final do seminário do FMCJS aos Povos da Mãe Terra.

Por Flaviana Serafim

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