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Seminário inicia atividades sobre Transição Energética Justa, Popular e Inclusiva, neste sábado (03)

Com o tema “Transição Energética Justa, Popular e Inclusiva ”, a Frente Por Uma Nova Política Energética para o Brasil, o Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental (FMCJS) e o Comitê de Energia Renovável do Semiárido (CERSA), iniciaram no sábado (03/09), um seminário nacional para mais de 80 representantes de organizações e instituições da sociedade civil organizada de todo Brasil.

O evento marcou o começo das atividades que acontecerão em 2 dias. A programação foi aberta durante a manhã com um momento de mística, seguida de uma acolhida feita pelo sociólogo Ivo Poletto, assessor nacional do Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental (FMCJS).

Joilson Costa, da Frente por uma Nova Política Energética para o Brasil, deu continuidade às atividades apresentando o programa do seminário e convidando os participantes a fazerem memória do Seminário “Transição Energética Justa e Popular – Para o Nordeste da gente”, que aconteceu em maio de 2021, e serve como inspiração para o seminário deste ano.

Ainda na parte da manhã foram apresentadas seis experiências que já expressam, na prática, a transição energética justa, popular, e inclusiva. A primeira foi a da Cooperativa Bem Viver , no interior da Paraíba; seguida da primeira cooperativa de geração solar fotovoltaica em uma favela brasileira, a Revolusolar. A terceira experiência foi a da Vila Limeira, a primeira comunidade 100% solar do sul do Amazonas; seguida da Fábrica Solar Social, desenvolvida pelo Instituto i9 Sol; e da experiência da Rabeta Solar, desenvolvida pelo Comitê de Energia Renovável de Porto Velho e Rondônia.

A última experiência apresentada foi o livro “Sociedade e Energia: Construindo a Transição Energética de e para as pessoas e comunidades”, de autoria da economista boliviana Tânia Ricaldi Arévalo, e cuja versão em português foi publicada pelo Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental.

Na parte tarde, o grupo foi dividido em três e cada um aprofundou um aspecto que a transição energética defendida deve conter: Justiça, Democracia e Inclusão. Para a apresentação da plenária, os grupos relataram suas impressões e sugestões para a continuidade da discussão e para o fortalecimento da rede.

Alessandra Mathyas, representante do WWF-Brasil e da Rede Energia & Comunidades, destacou alguns pontos importantes do seminário: “Eu gostei muito do nível do seminário. As experiências mostram alternativas ao sistema vigente, mas que podem se tornar políticas públicas mais eficientes e inclusivas. E o mais importante, nós que somos defensores de uma matriz energética diversificada, centrada em fontes renováveis, queremos debater com governos, empresas e financiadores que as novas fontes de energia não repitam os erros do passado, de desrespeito aos direitos humanos e colocando em risco a biodiversidade e cultura locais”, falou.

Alessandra falou ainda das políticas públicas voltadas para a preservação dos recursos naturais: “É possível gerar energia para o bem viver, para o progresso sem destruir e esgotar nossos recursos naturais. Mas para isso as pessoas precisam estar no centro da política pública”, finalizou.

O seminário trouxe ainda o debate sobre a transição a partir da matriz energética, de seus impactos e alguns de seus principais desafios como: um efetivo compromisso governamental com a transição energética, a mitigação dos danos ambientais e a violações de direitos de comunidades pelos grandes empreendimentos energéticos.

Palloma Pires – Jornalista e comunicadora popular.

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