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Moradores Questionam Instalação De Parques Éolicos Na Comunidade Redinha

O Comitê de Energia Renovável do Semiárido (CERSA) e a Comissão Pastoral da Terra (CPT/Borborema)  promoveram no dia 23 de Fevereiro, uma expedição na comunidade rural da Redinha, na região paraibana do Vale do Sabugi. O objetivo da visita foi realizar um intercambio entre comunidades afetadas por parques eólicos, para, através de uma roda de conversas, compartilharem experiencias, bem como para compreensão dos impactos produzidos pelas centrais eólicas.

A atividade faz parte de um conjunto de ações promovidas pelo CERSA em parceria com o Instituto Frei Beda de Desenvolvimento Social e apoio do Fundo Socioambiental CASA, como contribuição ao enfrentamento desses impactos ocasionados pela implantação dos parques eólicos

A comitiva foi formada pelo Gerente da Casa da Economia Solidária de Pombal e representante do CERSA, José de Anchieta,  pelas agentes da CPT/Borborema Vanúbia Martins e Valdenice Silva e também pelo mestre em antropologia Robson Siqueira. Estiveram presentes um coletivo com produtores rurais dos municípios de Olivedos, Pedra lavrada, Cubati e Juazeirinho além de caravanas de Picuí, Damião e Cuité,

Segundo a coordenadora da CPT, Vanúbia Martins, as usinas eólicas são nocivas por alterarem bastante o sistema natural, sendo responsável, por exemplo, pela matança de aves. Ela também alerta para as árvores que estão sendo desmatadas para abertura de estradas utilizadas pelos caminhões que transportam as hélices das turbinas.

Redinha tem o terceiro maior potencial eólico do mundo. Segundo relato do presidente da Associação Comunitária da Redinha, Divalcy Delfino,  há casos de arrendamento de terras pelo preço de 500 reais por ano para que sejam realizados testes nas torres.

Até o momento, 3 empresas arrendaram terras dos comunitários e dos proprietários dos entornos. A Hiberdrola foi a primeira empresa a explorar o potencial eólico da região. Ela chegou em 2012 e começou a arrendar terra dos camponeses.  A empresa levou 3 anos de estudo e, em um ano e meio, montou todas as suas torres.

 

Membros da comunidade já arrendaram suas terras na medida em que as empresas demonstraram interesses por elas, propondo valores irrisórios. Lá, só é possível acompanhar os desdobramentos do que já foi feito, e prevenir abusos, contradições e demais formas de prejuízo das expansões desses empreendimentos que estão por vir. Algumas torres não estão funcionando ainda, o que deixa claro que parte dos impactos referentes às torres em funcionamento ainda serão observados e identificados, tais como afetações na saúde dos comunitários, já que há torres relativamente próximas do aglomerado comunitário.

 

Enio Marx- Assessor de Comunicação do CERSA

 

Com informações de Robson Siqueira

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