INSTITUIÇŌES DE DIVERSOS PAÍSES SE REUNEM PARA DISCUTIR OS AVANÇOS DOS PARQUES EÓLICOS E OS IMPACTOS AMBIENTAIS, NA PARAÍBA
Na tarde da última sexta-feira, 05 de fevereiro, membros do Comitê de Energia Renovável (CERSA), parceiro da Frente Por Uma Nova Política Energética Para o Brasil, do Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental, estiveram reunidos com O Polo da Borborema, uma articulação de sindicatos rurais e organizações de apoio à agricultura familiar no território da Borborema, na Paraíba, além de representantes de diversas instituições, para traçar estratégias no combate aos impactos ambientais que vem sendo intensificados por causa dos avanços das instalações dos parques eólicos, no Estado.
O objetivo das instituições é avaliar o potencial conflito de interesses entre o setor privado e os representantes governamentais, afim de preservar o meio ambiente, como também, evitar possíveis danos acompanhando as famílias agricultoras das comunidades rurais exploradas.
A energia gerada pela força dos ventos, mais conhecida como energia eólica, recebeu o título de fonte limpa e renovável na geração de eletricidade. Apesar desse reconhecimento, existe um lado negativo que tem preocupado representantes das principais instituições ligadas as causas do Meio Ambiente, que estão na luta pela justiça socioambiental.
No sertão paraibano, região rica em recursos naturais, grandes empresas têm mapeado áreas produtivas e dialogando com famílias agricultoras para iniciar a construção de novos parques. Sendo o Nordeste a região responsável por 86% da produção de energia eólica do Brasil, os problemasdessa produção tem passado despercebido pela população. Instituições e pesquisadores vem estudando os efeitos maléficos das grandes usinas de geração de eletricidade, como a degradação dos biomas e a sua vulnerabilidade.
De acordo com relatos de agricultores que participaram da reunião, a emissão de ruído das hélices tem causado sérios problemas aos moradores das comunidades com consequências negativas para a saúde humana como distúrbios do sono, enxaqueca e estresse, interferência nas rotas de aves, modificação do solo, da paisagem, além dos conflitos comunitários associados à alteração do modo de vida tradicional dos agricultores, pescadores, quilombolas, indígenas.
De acordo com as instituições, a geração de energia mediante a força dos ventos é importante para que o Brasil cumpra suas metas de desenvolvimento sustentável, contudo, é fundamental que haja responsabilidade com o meio ambiente e isso precisa ser repassado a sociedade. Os impactos sobre ecossistemas, como áreas de solo produtivo, degradação da vegetação nativa, exploração de terra em regiões montanhosas e dunas litorâneas, precisam ser mais bem avaliados antes das instalações dos parques. A importância econômica é a perspectiva do setor para atender os reais interesses entre os acordos. A fiscalização e acompanhamento desse processo de negociação é o ponto de partida para que seja possível evitar sérios retrocessos ambientais e os conflitos com moradores e as instituições.
Palloma Pires – Jornalista