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MUDANÇAS CLIMÁTICAS: CAUSAS, IMPACTOS E SINAIS DE ESPERANÇA NA PARAÍBA É TEMA DE SEMINÁRIO NACIONAL

O Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental realizou na última sexta-feira, 02, o Seminário Virtual “Mudanças Climáticas: Causas, Impactos e Sinais de Esperança, na Paraíba” que teve o objetivo de reunir a academia, parceiros, comunidades, povos tradicionais, beneficiários e diversas instituições, para uma discussão sobre os impactos ambientais causados pelas mudanças climáticas e as ações desenvolvidas para recuperar solos degradados e preservar os biomas paraibanos.

Cerca de 50 pessoas participaram do evento. A palavra de abertura do evento  ficou por conta do coordenador do Comitê de Energia Renovável (CERSA), César Nóbrega, que destacou a importância da discursão acerca da nossa Mãe Terra, junto às entidades parceiras e ao público presentes naquela ocasião.

O professor e escritor, Cidoval Morais, saudou  e acolheu todas as pessoas e organizações presentes, utilizando-se de uma forte expressão cultural da região, o cordel.

Com intuito de conscientizar as pessoas e as instituições para a necessidade de restabelecimento do equilíbrio ambiental, o Filósofo, Cientista Social e Assessor no Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social, Ivo Poletto, fez uma contextualização sobre o Fórum, sua origem, natureza e agenda de atividades em curso no Brasil e destacou o papel da instituição coletiva diante das experiências que estão sendo desenvolvidas nos biomas da Paraíba, “verdadeiros jardins que nos foram doados por Deus”, disse Ivo. O sociólogo destacou ainda o exercício da cidadania para combater os efeitos causados no solo, buscando contribuir para a recuperação do meio ambiente, sobretudo, e melhoria da nossa qualidade de vida.

Sobre os impactos causados pela mineração, extração de pedras e argila, o Biólogo e Agente Ambiental do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente – IBAMA, Marcos Vidal, falou sobre a exploração de minério, desmatamento e a degradação do solo fértil, ou seja, a retirada de toda cobertura vegetal, provocando assim diversas alterações climáticas e causando danos aos biomas.

Seguindo a programação, a Professora Mestra em Saúde Pública, Shirlayde Santos, fez relatos importantes sobre o uso dos agrotóxicos, soberania e segurança alimentar e os danos causados a população que consome cada vez mais produtos embutidos, além de sementes transgênicas.

A palestra sobre os impactos socioambientais causados pelas instalações de parques eólicos e solares na Paraíba, foi feita pelo Professor, Gustavo Sales, da UFCG, Campus Pombal, que falou sobre os problemas ocasionados com a instalação de parques, das políticas públicas relacionadas ao tema, como também, sobre a fragilidade e dificuldade na mitigação dos impactos.

O Doutor em Meteorologia e professor na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Bergson Bezerra, falou sobre o papel da caatinga diante do aquecimento global e das mudanças climáticas. O professor relatou que mas a vegetação da Caatinga absorve o CO2 da atmosfera com mais eficiência, ajudando a diminuir o efeito estufa, e, por consequência, mitiga os impactos no meio ambiente.

A professora Carminha Learth, da UFCG Campus Patos, destacou a parceria com diversas entidades e a criação da “Rede Sementes Florestais Caatinga Viva”, para incentivar comunidades e sociedade civil ao reflorestamento por meio da doação de mudas produzidas pela universidade.

No final da manhã o debate foi mediado por Vanúbia Martins da Comissão Pastoral da Terra (CPT). Vanúbia destacou pontos importantes colocados nas palestras e fez direcionamentos aos grupos debatedores.

O seminário seguiu a tarde, iniciando com a divisão de grupos por região, onde foram pontuadas ações desenvolvidas pelas entidades no combate aos impactos ambientais, redução de carbono e das queimadas.

A articulação entre as organizações e sociedade civil  deve seguir uma agenda contínua, disse um dos coordenadores do Comitê de Energia Renovável, José de Anchieta. “A nossa articulação deve ser fortalecida. Cada um fazendo sua parte, utilizando suas ferramentas e cobrando políticas públicas de combate aos impactos ambientais, é possível mudarmos essa triste realidade”, ressaltou.

Ações de grande importância estão sendo desenvolvidas pelas organizações por todo médio sertão e nos demais territórios paraibanos como: processos educativos para convivência harmônica e respeitosa com os biomas, produção agroecológica, recuperação do solo com barramentos feitos com pedras, galhos, plantações de mudas nativas e frutíferas, cuidados com as sementes, além de incentivo a agricultura familiar, beneficiamento de frutas e fortalecimento de experiências de fundos rotativos solidários. Os efeitos das mudanças climáticas, a poluição do ar, da água e do solo, sobretudo, a contaminação por agrotóxicos na saúde da população paraibana, foram temas relevantes colocados durante o seminário.

O projeto “Cuidando da Nossa Casa Comum” é abraçado pelo Comitê de Energia Renovável do Semiárido (CERSA), Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental, Cáritas Brasileira, Frente Por Uma Nova Política Energética Pra o Brasil, com o apoio da Misereor e da Ação Social Diocesana de Patos. 

Palloma Pires

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